20 clássicos da literatura mundial
Os 20 clássicos da literatura mundial que você verá a seguir são obras que, devido à sua importância estética, histórica, temática ou social, consagraram-se na história. Abaixo, segue a lista com 20 obras que se consagraram na história da literatura ocidental:
- Odisseia, de Homero
- A divina comédia, de Dante Alighieri
- Hamlet, de William Shakespeare
- Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
- O corvo, de Edgar Allan Poe
- Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë
- Madame Bovary, de Gustave Flaubert
- As flores do mal, de Charles Baudelaire
- Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
- Guerra e paz, de Liev Nikolaievich Tolstoi
- Os irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoiévski
- Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
- A metamorfose, de Franz Kafka
- O triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto
- irável Mundo Novo, de Aldous Huxley
- O estrangeiro, de Albert Camus
- O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry
- 1984, de George Orwell
- O nome da rosa, de Umberto Eco
- Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago
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1. Odisseia (aproximadamente 800 a.C.), de Homero
A Odisseia é um dos mais importantes poemas épicos da Grécia Antiga e atribuída a Homero. Assim como os demais textos da época, a Odisseia tem uma origem na tradição das narrativas orais, sendo, posteriormente, registrada na forma escrita. Ela é um dos textos fundantes da literatura ocidental.
O poema narra a jornada do herói Odisseu (Ulisses), rei de Ítaca, e sua tentativa de retornar da Guerra da Troia. A história relata os desafios encontrados pelo protagonista, ao mesmo tempo que descreve os acontecimentos ocorridos em Ítaca, onde sua esposa, Penélope, e seu filho o esperam com problemas, pois muitos pretendentes querem tomar a mão da rainha para assumir o lugar de rei.
2. A divina comédia (1308-1320), de Dante Alighieri
De Dante Alighieri, A divina comédia é uma obra de fundamental importância na literatura ocidental e reconhecida por alguns como símbolo de transição da Idade Média ao Renascimento. O texto apresenta um nível de profundidade temática e linguística que atesta sua contribuição linguística e literária, e é dividido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso.
A obra conta a história de Dante e os processos que o levaram a chegar aos três reinos da vida após a morte, depois de o personagem ficar perdido em uma floresta. Durante a trajetória, o personagem vê o inferno e como as almas condenadas são punidas a depender de seus pecados; também a pelo purgatório, onde as almas são purificadas, até chegar ao paraíso, onde é guiado por sua amada, Beatriz.
3. Hamlet (1603), de William Shakespeare
De William Shakespeare, Hamlet é uma das obras mais estudadas da literatura mundial devido à sua riqueza temática e profundidade filosófica. Esse texto é classificado como uma tragédia e discute diferentes temas, como vingança, loucura e corrupção.
A história narra a trajetória do príncipe da Dinamarca (Hamlet) em sua busca por vingança pela morte do seu pai, a qual foi causada pelo próprio tio do protagonista. Na tentativa de confirmar suas desconfianças e acalmar suas angústias existenciais e emocionais, Hamlet finge-se de louco bem como se utiliza de diversas estratégias para averiguar a situação. No entanto, seus movimentos levam-no fatalmente a situações trágicas.
4. Dom Quixote (1605-1615), de Miguel de Cervantes
De Miguel de Cervantes, Dom Quixote é considerado o primeiro romance moderno, o qual se constitui, em certa medida, como uma sátira aos romances de cavalaria da Idade Média.
A obra conta as aventuras de Dom Quixote, um homem que decide tornar-se cavaleiro andante após realizar a leitura de muitos romances de cavalaria e inspirar-se nos personagens dessas histórias. Ele encontra um parceiro, Sancho, seu escudeiro, o qual avalia a realidade com mais racionalidade que o protagonista, sendo, por isso, fundamental. Por meio da mescla de realidade e fantasia, a narrativa relata a visão de um personagem idealista em conflito com uma nova estrutura social.
5. O corvo (1845), de Edgar Allan Poe
O corvo é um poema narrativo e um dos textos mais conhecidos de Edgar Allan Poe. A obra destaca-se por sua sonoridade e linguagem evocativa, bem como pelo tom sombrio, tão recorrente no estilo gótico do autor.
No poema, relata-se a visita de um corvo a um homem solitário que demonstra estar ando por uma complexidade emocional, devido a um aglomerado de angústias existenciais vivenciadas por ele. O corvo acaba sendo o interlocutor com quem o homem dialoga sobre seu sofrimento e dele recebe repetidas respostas de "nunca mais", indicando a inevitabilidade da perda e a inquietação humana diante dela.
6. Morro dos Ventos Uivantes (1847), de Emily Brontë
De Emily Brontë, o Morro dos Ventos Uivantes é um romance clássico da literatura inglesa que se destaca pela temática turbulenta e atmosfera sombria, visto que aborda assuntos como ciúmes e vingança, vivenciados por personagens intensamente emocionais.
A história é contada por diferentes personagens, mas centra-se em desvendar os mistérios da família Earnshaw. Na narrativa, o personagem Heathcliff, órfão que foi adotado por essa família, apaixona-se por Catherine e, ao ser rejeitado por ela, planeja uma vingança que atingirá a todos ao seu redor.
7. Madame Bovary (1856), de Gustave Flaubert
De Gustave Flaubert, Madame Bovary é um romance que relata a história de Emma Bovary, uma mulher que vive em um contexto rural, mas que busca constantemente escapar dele, pois ambiciona uma vida de luxo. A narrativa centra-se nas frustrações da protagonista e na superficialidade dos seus desejos e comportamentos.
A obra tece importantes críticas à sociedade burguesa da época, bem como às limitações sofridas pelas mulheres durante esse período, considerando-se que, frequentemente, eram vistas e tratadas apenas como submissas às vontades e decisões do marido. Na época, sua publicação causou controvérsia devido à sua abordagem realista e crítica. O romance é considerado um marco do realismo francês.
8. As flores do mal (1857), de Charles Baudelaire
De Charles Baudelaire, As flores do mal é uma coletânea de poemas que se consagrou como uma importante obra da literatura mundial, considerando-se seu grande impacto na poesia moderna. Além da complexidade de sua poética e temática, a obra destaca-se também por sua importância para o simbolismo.
Nos poemas, Baudelaire discute temas como beleza, amor, morte, decadência humana, corrupção da sociedade moderna e outros. O poeta explora as contradições e os conflitos humanos, apontando para os aspectos belos e sombrios que constituem a natureza humana e as sociedades.
9. Alice no País das Maravilhas (1865), de Lewis Carroll
De Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas é um clássico da literatura infantil juvenil, embora não esteja a esse público, visto que sua narrativa complexa e filosófica abarca também o público adulto. É uma escrita que utiliza a linguagem lúdica, com figuras e personagens fantásticos e arquetípicos, bem como explora o absurdo na construção estética.
Na narrativa, a garota Alice é uma menina curiosa que cai em um buraco de coelho e acaba em um mundo fantástico, com seres e situações aparentemente cômicas e absurdas, mas que exploram temas como identidade, crescimento e relações pessoais entre crianças e adultos.
10. Guerra e paz (1865-1869), de Liev Nikolaievich Tolstoi
De Liev Nikolaievich Tolstoi, Guerra e paz é uma obra considerada um dos maiores romances da literatura mundial devido à sua complexidade temática, que mescla elementos históricos e sociais a questões subjetivas e psicológicas.
Nesse texto, narra-se a invasão napoleônica ao território russo, evidenciando como a guerra impacta a vida das pessoas, baseando-se, para isso, no foco narrativo em três personagens: Pierre Bezukhov, Andrei Bolkonsky e Natasha Rostova. Com base no que cada um deles busca para si nesse contexto, a obra reflete temas como a liberdade humana.
11. Os irmãos Karamázov (1880), de Fiódor Dostoiévski
De Fiódor Dostoiévski, Os irmãos Karamazov é um romance filosófico-psicológico que se destaca na literatura mundial, pois aborda aspectos da alma humana de modo profundo e complexo, refletindo sobre questões como Deus, verdade e justiça.
A obra aborda a história da família Karamazov, a qual se estrutura na figura centrada do pai, Fiódor Pavlovitch, que é assassinado. Seu filho Dmitri é acusado e julgado por esse crime injustamente, e, assim, o texto discute, nesse cenário, questões como livre-arbítrio, fé, moral e sofrimento.
12. Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis
De Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas é um dos romances mais importantes da literatura brasileira. Além de ser uma das primeiras obras do realismo no Brasil, destaca-se pela profundidade psicológica que constitui os personagens e pela irreverência de Machado ao criticar as convenções sociais. Por fim, difere-se por ter um narrador defunto, ainda mais em uma escola como o realismo.
No texto, o narrador, após sua morte, relata como foi sua vida de modo desiludido e irônico, refletindo sobre a sociedade em que viveu e sobre seus comportamentos. Dessa forma, por meio de um discurso reflexivo e filosófico, com humor crítico, o texto aponta problemas do ser humano e da sociedade brasileira do século XIX.
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13. A metamorfose (1915), de Franz Kafka
De Franz Kafka, A metamorfose é uma novela que se tornou uma das mais significativas obras literárias do século XX devido a sua ousadia e inovação estética ao abordar temas tão profundos, como perda ou ausência de identidade, o isolamento social e a desumanização, por meio da metáfora do enorme inseto.
Na história, Gregor, protagonista, acorda uma manhã e percebe-se transformado em um inseto gigante, aspecto que o assusta e lhe dificulta todo tipo de conexão com os outros, até mesmo para pedir ajuda, pois perde sua capacidade de se comunicar como humano, além de causar repulsa e medo em seus familiares devido a sua nova forma.
14. O triste fim de Policarpo Quaresma (1915), de Lima Barreto
De Lima Barreto, O triste fim de Policarpo Quaresma é um romance que conta a história do protagonista, Policarpo Quaresma, um cidadão patriota e idealista que luta para que seu país seja mais justo e próspero. Sua ingenuidade acaba o levando a ser vítima da própria sociedade pela qual lutava.
Esse romance enquadra-se na escola realismo e atua como uma denúncia e crítica social à situação do país na época, expressando, também, o pessimismo do autor quanto ao futuro. O texto denuncia a corrupção, o conformismo social e até o sentido de progresso.
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15. irável Mundo Novo (1932), de Aldous Huxley
De Aldous Huxley, irável Mundo Novo é um romance que aborda uma distopia futurista, promovendo uma crítica à ideia de progresso e felicidade, principalmente relacionados à tecnologia, trazendo um alerta sobre as armadilhas de uma sociedade controlada e materialista.
Na história, a sociedade está organizada de uma forma em que os papéis individuais são específicos e previamente escolhidos. Sendo uma imposição disfarçada, não há conflitos e todos vivem em uma constante busca por prazer. Por meio de dois personagens centrais, a narrativa discute as questões de individualidade, liberdade e superficialidade das relações sociais, já que Bernard, um dos personagens, não se adequa ao que é determinado e experimenta um deslocamento social.
16. O estrangeiro (1942), de Albert Camus
De Albert Camus, O estrangeiro é um romance de caráter filosófico e existencial, o qual discute temas como a alienação, o vazio existencial e a morte. Nessa narrativa, Camus aborda o absurdo da existência humana ao mesmo tempo que questiona as normas e os valores sociais.
No texto, o protagonista Meursault é um sujeito indiferente, que não demonstra interesse ou importância pelos sentimentos das outras pessoas. Essa sua natureza será confrontada com a realidade social quando ele comete um crime, mas não responde a esse fato conforme o esperado pela sociedade.
17. O Pequeno Príncipe (1943), de Antoine de Saint-Exupéry
De Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe é uma narrativa infantil juvenil que alcançou um status na literatura mundial devido a sua natureza filosófica, que se expressa por meio de uma linguagem ível e aparentemente simples.
Na obra, conta-se as aventuras do jovem príncipe que está eando por diferentes planetas, nos quais encontra personagens que podem ser compreendidos como representações de aspectos da sociedade. Por meio dos diálogos e interações, as reflexões e críticas sobre a infância e a vida adulta são desenvolvidas, defendendo uma permanência do olhar infantil na vida adulta.
18. 1984 (1949), de George Orwell
De George Orwell, 1984 é um romance distópico que aborda uma sociedade opressiva, na qual o governo vigia e controla toda a população por meio de uma figura chamada Grande Irmão. Sendo assim, a obra é uma crítica aos regimes totalitários e à perda da liberdade individual e coletiva.
Na história, acompanha-se o personagem Winston Smith, o qual é um funcionário do governo no Ministério da Verdade, adentrando seus questionamentos sobre a estrutura social e sua busca pela liberdade. O personagem enfrenta a dificuldade de libertar-se em uma sociedade altamente vigiada, na qual as mentes são controladas por meio da manipulação da realidade.
19. O nome da rosa (1980), de Umberto Eco
De Umberto Eco, O nome da rosa é um romance histórico que mescla história medieval com filosofia e mistério, caracterizando-se, por isso, como um destaque da literatura contemporânea. O texto tece uma crítica ao comportamento dogmático e autoritário da Igreja Católica da época.
Na história, acompanha-se o frade franciscano William de Baskerville e seu noviço Adso de Melk durante as investigações de assassinatos misteriosos que estão ocorrendo no mosteiro. Para encontrar as respostas, os personagens terão de utilizar reflexões racionais, filosóficas e teológicas para compreender a fé, a razão e o poder.
20. Ensaio sobre a cegueira (1995), de José Saramago
De José Saramago, Ensaio sobre a cegueira é um romance que discute a fragilidade e a alienação humanas em momentos de crise, apontando para a indiferença que o ser humano pode apresentar diante do sofrimento coletivo. Nesse sentido, a cegueira é explorada como uma metáfora para a falta de visão moral e ética da sociedade.
O texto conta sobre uma epidemia que atinge a cidade e faz com que, de modo inexplicável, todos percam a visão. A estrutura social a a colapsar conforme a epidemia avança, revelando, com isso, comportamentos sombrios do ser humano, como o egoísmo e a violência. A obra acompanha um grupo que tenta sobreviver nesse cenário, mas que, para isso, precisa encarar sua fragilidade e a degradação humana.
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Fontes
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 2. ed. São Paulo: Ciranda Cultural, 2017.
BRONTË, Emily. O Morro dos Ventos Uivantes. São Paulo: Lua de Papel, 2009.
CAMUS, Albert. O Estrangeiro. Tradução de Valerie Rumjanek. Rio de Janeiro: Record, s/d.
CARROLL, Lewis. Alice no país das maravilhas. Porto Alegre: L&PM, 1998.
ECO, Umberto. O Nome da Rosa. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de S. Paulo, 2003.
HUXLEY, Aldous. irável Mundo Novo. Tradução de Vidal de Oliveira. São Paulo: Globo, 2014.
KAFKA, Franz. A metamorfose. Tradução e posfácio Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
ORWELL, George. 1984. 38º reimpressão. São Paulo: Cia das Letras, 2009.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 2009.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. Tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 1997.
