Cinemática vetorial

A cinemática vetorial é a parte da cinemática, um dos ramos da mecânica clássica, que analisa de maneira vetorial a posição, a velocidade e a aceleração dos corpos.

A cinemática vetorial é a parte da cinemática, um dos ramos da mecânica clássica, responsável pelo estudo do movimento dos corpos considerando as características vetoriais (módulo, direção e sentido) das grandezas físicas vetoriais, sem levar em consideração a razão que provocou o seu movimento.

Leia também: Quais são os conceitos básicos da cinemática?

Resumo sobre cinemática vetorial

  • A cinemática vetorial é a parte da cinemática, um dos ramos da mecânica clássica, que analisa de maneira vetorial a posição, a velocidade e a aceleração dos corpos.

  • O deslocamento vetorial é a descrição em notação vetorial da alteração de posição de um corpo.

  • A velocidade vetorial é a descrição em notação vetorial da variação de posição de um corpo em um intervalo de tempo.

  • A aceleração vetorial é a descrição em notação vetorial da variação de velocidade em um intervalo de tempo.

  • A composição de movimentos é uma análise de movimentos que se sucedem ao mesmo tempo e inclusive são observados como um só; contudo, eles ocorrem em diferentes direções e/ou diferentes sentidos.

  • Enquanto na cinemática vetorial levamos em conta o módulo, a direção e o sentido das grandezas vetoriais, na cinemática escalar não levamos em conta essas características vetoriais.

O que é cinemática vetorial?

A cinemática vetorial é a parte da cinemática, um dos ramos da mecânica clássica, responsável pela investigação do movimento dos corpos em termos de vetores. Por isso, faz-se necessário considerar a orientação (sentido e direção) e o módulo grandezas físicas vetoriais, como o deslocamento, a velocidade e a aceleração.

As grandezas físicas escalares, tanto na cinemática vetorial quanto na cinemática escalar, são descritas apenas em termos do seu módulo, não necessitando do formalismo vetorial.

Deslocamento vetorial

O deslocamento vetorial diz respeito à variação de posição realizada por um corpo levando em consideração a sua direção, o seu sentido e o seu módulo; diferentemente do deslocamento escalar (ou só deslocamento), que leva em consideração apenas o seu módulo.

Velocidade e aceleração vetorial

A velocidade vetorial diz respeito à variação de posição realizada por um corpo em um intervalo de tempo, levando em consideração a sua direção, o seu sentido e o seu módulo.

Já a aceleração vetorial diz respeito à variação de velocidade de um corpo em um período, também levando em consideração a sua direção, o seu sentido e o seu módulo.

Fórmulas da cinemática vetorial

→ Deslocamento vetorial

Na notação de vetores unitários,  pode ser escrito como:

  •  → vetor posição, que conecta um ponto de referência (em geral da origem de um sistema de coordenadas) à partícula, medido em metros [m] .
  •   → componentes vetoriais do vetor posição.
  •   → componentes escalares do vetor posição, medidas em metros [m] .

  •   → vetor deslocamento da partícula, medido em metros [m] .
  •   → vetor posição no ponto final, medido em metros [m] .
  •   → vetor posição no ponto inicial, medido em metros [m] .

Usando a notação de vetores unitários,  pode ser representado como:

  •   → coordenadas que correspondem ao vetor posição , medidas em metros [m] .
  •   → coordenadas que correspondem ao vetor posição , medidas em metros [m] .

Podemos escrever o vetor deslocamento em termos da variação (∆):

  • ∆x , ∆y  e ∆z  → variações entre os vetores posição  e , medidas em metros [m] .

→ Velocidade vetorial

A velocidade média pode ser calculada pela fórmula:

  •   → vetor velocidade média, medido em metros por segundo
  •  → vetor posição no ponto final, medido em metros [m] .
  •  → vetor posição no inicial, medido em metros [m] .
  •  → tempo final, medido em segundos [s] .
  •  → tempo inicial, medido em segundos [s] .

Já a velocidade instantânea (ou simplesmente velocidade) pode ser calculada pela fórmula:

  • → velocidade instantânea, medida em metros por segundo [m/s] .
  •   → componentes escalares de v , medidas em metros por segundo [m/s] .

Em que:

  •  → componentes escalares de , medidas em metros por segundo [m/s] .
  •   → componenetes escalares de , medidas em metros [m] .
  • → derivada da componente escalar de , no eixo x, em relação ao tempo.
  •  → derivada da componente escalar de , no eixo y, em relação ao tempo.
  •  → derivada da componente escalar de , no eixo z, em relação ao tempo.

→ Aceleração vetorial

A aceleração média pode ser calculada pela fórmula:

  •  → vetor aceleração média, medido em metros por segundo ao quadrado [m/s2] ;
  •  → vetor velocidade no ponto final, medido em metros [m] .
  •  → vetor velocidade no ponto inicial, medido em metros [m] .
  •  → tempo final, medido em segundos [s] .
  •  → tempo inicial, medido em segundos [s] .

Já a aceleração instantânea (ou simplesmente aceleração) pode ser calculada pela fórmula:

  • → aceleração instantânea, medida em metros por segundo [m/s] .
  •  → componentes escalares de , medidas em metros por segundo ao quadrado [m/s2] .

Em que:

  •   → componentes escalares de , medidas em metros por segundo ao quadrado [m/s2] .
  •   → componentes escalares de , medidas em metros por segundo [m/s] .
  •  → derivada da componente escalar de , no eixo x, em relação ao tempo.
  •   → derivada da componente escalar de , no eixo y, em relação ao tempo.
  •   → derivada da componente escalar de , no eixo z, em relação ao tempo.

Cálculo da cinemática vetorial

Na cinemática vetorial, calculamos deslocamento, velocidade e aceleração vetorial por meio das suas fórmulas. Abaixo selecionamos alguns exemplos de cálculos de deslocamento, velocidade e aceleração vetorial.

→ Cálculo do deslocamento vetorial

Veja, a seguir, um exemplo de cálculo de deslocamento vetorial, um dos cálculos da cinemática vetorial.

Exemplo:

Considere que uma partícula está inicialmente na posição  e depois a para a posição . Qual é o deslocamento da partícula  de  para ?

Resolução:

Calcularemos o deslocamento da partícula por meio da sua fórmula:

→ Cálculo da velocidade vetorial

Veja, a seguir, um exemplo de cálculo da velocidade vetorial, um dos cálculos da cinemática vetorial.

Exemplo:

Determine a velocidade vmédia  de uma partícula que teve um deslocamento de  no instante t=7 s .

Resolução:

Calcularemos a velocidade média por meio da sua fórmula:

→ Cálculo da aceleração vetorial

Veja, a seguir, um exemplo de cálculo da aceleração vetorial, um dos cálculos da cinemática vetorial.

Exemplo:

Determine a aceleração amédia  de uma partícula que se desloca em uma velocidade de  no instante t=2 s.

Resolução:

Calcularemos a aceleração média por meio da sua fórmula:

Veja também: Dicas importantes para resolver exercícios de cinemática

Composição de movimentos

Na composição de movimentos, fazemos uma análise de movimentos que ocorrem simultaneamente, mas em orientações diferentes (sentido e/ou direção diferentes), contudo, são observados como um único movimento. A análise da composição de movimentos faz-se necessária principalmente no estudo da cinemática vetorial, do lançamento oblíquo e da velocidade relativa, em que a direção e o sentido do movimento interferem no resultado.

A direção, o sentido e o módulo do vetor resultante (deslocamento, velocidade ou aceleração resultante) na composição de movimentos variam com a direção, o sentido e o ângulo entre os vetores.

→ Vetores com mesma direção e mesmo sentido

Quando temos uma situação em que os vetores (deslocamentos, velocidades ou acelerações) de um corpo possuem a mesma direção e o mesmo sentido, como na imagem à esquerda, o vetor resultante é dado pela somatória desses vetores, resultando na imagem à direita.

Vetores de mesma direção e de mesmo sentido.

Nesse caso, a direção e o sentido do vetor resultante são os mesmos dos vetores que o originaram.

→ Vetores em uma mesma direção, mas com sentidos opostos

Quando temos uma situação em que os vetores (deslocamentos, velocidades ou acelerações) de um corpo possuem a mesma direção, mas sentidos opostos, como na imagem à esquerda, o módulo do vetor resultante é calculado pela subtração dos vetores que o originaram, a sua direção é a mesma dos vetores que o originaram, e o seu sentido é o mesmo do vetor de maior valor numérico, resultando na imagem à direita.

Vetores de mesma direção e de sentidos diferentes.

→ Vetores perpendiculares

Quando temos uma situação em que os vetores (deslocamentos, velocidades ou acelerações) de um corpo são perpendiculares, ou seja, possuem sentidos e direções opostos e um ângulo de 90º entre eles, como na imagem à esquerda, o módulo do vetor resultante é calculado pelo teorema de Pitágoras e a sua direção e sentido são dados pela regra do paralelogramo (pontilhados), resultando na imagem à direita.

Vetores perpendiculares.

→ Vetores oblíquos

Quando temos uma situação em que os vetores (deslocamentos, velocidades ou acelerações) de um corpo são oblíquos, ou seja, possuem sentidos e direções opostos e ângulos diferentes de , 90° , 180° , 270°  ou 360°  entre eles, como na imagem à esquerda, o módulo do vetor resultante é calculado pela lei dos cossenos e a sua direção e sentido são dados pela regra do paralelogramo (pontilhados), resultando na imagem à direita.

Vetores oblíquos.

Diferenças entre cinemática vetorial e cinemática escalar

A cinemática vetorial e a cinemática escalar são ramos da cinemática que investigam o movimento dos corpos:

  • Cinemática vetorial: nela investigamos o movimento dos corpos de maneira vetorial, ou seja, considerando a direção, o sentido e o módulo das grandezas vetoriais.
  • Cinemática escalar: nela investigamos o movimento dos corpos, sem considerar a direção e o sentido das grandezas físicas vetoriais.

Exercícios resolvidos sobre cinemática vetorial

Questão 1

(Fatec) Um automóvel percorre 6,0 km para o norte e, em seguida, 8,0 km para o leste. A intensidade do vetor posição, em relação ao ponto de partida, é:

A) 10 km

B) 14 km

C) 2,0 km

D) 12 km

E) 8,0 km

Resolução:

Alternativa A

Nesse caso temos uma composição de movimentos, então calcularemos a intensidade do vetor posição por meio do teorema de Pitágoras:

Questão 2

(PUC) Se a velocidade vetorial de um ponto material é constante e não nula, sua trajetória:

A) é uma parábola.

B) pode ser retilínea, mas não necessariamente.

C) deve ser retilínea.

D) é uma circunferência.

E) pode ser uma curva qualquer.

Resolução:

Alternativa C

Considerando a velocidade vetorial constante e não nula, a sua trajetória será retilínea, já que a velocidade vetorial terá a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo módulo em todos os pontos.

Ilustração mostrando carros em movimento, situação analisada de forma vetorial pela cinemática vetorial.
O movimento vetorial dos corpos é estudado na cinemática vetorial.
Publicado por Pâmella Raphaella Melo

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