Reino Fungi
O reino Fungi é formado por organismos eucariontes, quimio-heterotróficos e podem ser unicelulares ou pluricelulares. São exemplos os cogumelos, leveduras, bolores e mofos. Alimentam-se por absorção e são importantes decompositores nos ecossistemas. Têm estruturas filamentosas, chamadas de hifas, que se agrupam em micélio. Os fungos armazenam energia em forma de glicogênio e têm parede de quitina.
Os organismos do reino Fungi podem ser classificados em quitrídeos, zigomicetos, glomeromicetos, basidiomicetos e ascomicetos. A importância dos fungos pode ser vista na ecologia, saúde, alimentação e indústria.
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Resumo sobre reino Fungi
- O reino Fungi é um dos cinco reinos dos seres vivos e pertence ao domínio Eukarya.
- São representantes desse reino os cogumelos, leveduras, bolores e mofos.
- Os fungos são seres eucariontes, heterotróficos e podem ser unicelulares ou multicelulares.
- Têm estruturas filamentosas chamadas de hifas, cujo conjunto recebe o nome de micélio.
- Podem se reproduzir por meio de esporos de forma sexuada ou assexuada.
- São importantes decompositores e se alimentam pela absorção de nutrientes.
- Armazenam energia em forma de glicogênio e têm parede de quitina.
- Os grupos do reino Fungi são quitrídeos, zigomicetos, glomeromicetos, basidiomicetos e ascomicetos.
- Os fungos são importantes na ecologia, alimentação, saúde e indústria.
Videoaula sobre reino Fungi
O que é o reino Fungi?
O reino Fungi é um dos cinco reinos propostos por Whittaker (1979) e parte do domínio Eukarya, segundo a classificação de Woese (1977). Inclui os seres vivos que são chamados de fungos. Fazem parte desse reino leveduras, cogumelos, mofos e bolores. São organismos eucariontes, heterotróficos e podem ser unicelulares ou multicelulares.
Os fungos são importantes decompositores e são essenciais nas dinâmicas ecológicas. Alguns fungos podem afetar negativamente os seres humanos, causando infecções, e podem ser pragas em cultivos de diversos alimentos. A área da Biologia que se dedica a estudar os fungos é chamada de micologia.
Características do reino Fungi
Os fungos são seres vivos eucariontes e heterotróficos que armazenam energia em forma de glicogênio e apresentam parede de quitina. Podem ser de organização unicelular ou multicelular (filamentosa ou carnuda) e realizam reprodução sexuada por meio de esporos ou assexuada por meio de brotamentos ou esporos assexuados.
→ Estrutura dos fungos
Os fungos são compostos por uma unidade estrutural chamada hifa e têm estruturas chamadas paredes celulares, compostas por quitina. São formados por uma série de células alongadas em forma de filamento, que promovem a fixação no substrato, o desenvolvimento do organismo e a sua nutrição. O conjunto de hifas de um fungo é chamado de micélio. As hifas podem ser vegetativas (dedicadas às funções metabólicas do organismo) ou reprodutivas (dedicadas às funções de reprodução do organismo).
A porção vegetativa do micélio normalmente fica sob o solo, tendo suas hifas espalhadas pelo substrato. A porção reprodutiva pode formar estruturas carnosas (como os cogumelos) e se encontra na porção aérea, acima do substrato. Os fungos podem ser filamentosos (como os bolores), carnudos (como os cogumelos) ou unicelulares, com forma geralmente esférica ou oval (como as leveduras). As leveduras podem ser organizar em colônias e formar filamentos compostos por diversos indivíduos unicelulares.
→ Reprodução dos fungos
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. Na reprodução assexuada, os fungos produzem esporos por meio de mitose, os quais podem se desenvolver e gerar organismos idênticos geneticamente ao parental. Os fungos também podem ser reproduzir assexuadamente pela fragmentação das hifas. No caso das leveduras, a reprodução assexuada ocorre por brotamento ou fissão binária. Já na reprodução sexuada, há formação de esporos sexuados, que se formam por meio da fusão entre células das hifas reprodutivas de dois indivíduos diferentes. O zigoto formado desse processo a por meiose e dá origem aos esporos sexuais.
→ Nutrição dos fungos
Os fungos são quimio-heterotróficos e se nutrem por absorção. Há liberação de enzinas no ambiente que degradam a matéria orgânica de forma que as hifas possam absorver os nutrientes oriundos desse processo. Muitas espécies de fungos são saprófitas, obtendo seus nutrientes de matéria orgânica em decomposição.
→ Habitat dos fungos
Os fungos habitam uma diversidade de ambientes e são, de forma geral, mais resistentes que as bactérias a altas concentrações de sal ou açúcar. Crescem mais eficientemente em ambientes levemente ácidos e podem ser encontrados sobre matéria orgânica vegetal em diversos substratos. Os fungos são capazes de metabolizar carboidratos complexos como a lignina, componente das madeiras.
Além dos fungos saprófitos que frequentemente são encontrados nos substratos vegetais, existem fungos parasitas que podem afetar uma diversidade de organismos, como insetos, plantas e animais, incluindo os seres humanos. Ainda, algumas espécies de fungos podem ser simbiontes, formando os líquens em associação com algas (ou cianobactérias) ou as micorrizas em associação com as raízes das plantas.
As micorrizas são muito comuns, de forma que quase todas as plantas dependem dessa simbiose com os fungos para uma adequada absorção de nutrientes.
Veja também: O que são bactérias?
Classificação dos fungos
O reino Fungi tem seus representantes classificados em quitrídeos, zigomicetos, glomeromicetos, basidiomicetos e ascomicetos.
- Quitrídeos: são fungos, em geral, saprófitos que podem ser encontrados em ambientes terrestres ou aquáticos. A principal característica dos quitrídeos são os esporos flagelados.
- Zigomicetos: são fungos filamentosos saprófitos. Suas hifas germinativas se espalham pelo substrato e absorvem os nutrientes. As estruturas reprodutivas se encontram na parte aérea. Os fungos do gênero Rhizopus são zigomicetos e podem ser frequentemente vistos crescendo sobre os pães. As regiões visíveis são as estruturas reprodutivas. Dessa forma, quando encontramos um pão embolorado, não devemos descartar apenas as regiões visivelmente afetadas, pois as partes vegetativas invisíveis podem estar em todo seu conteúdo.
- Glomeromicetos: são filamentosos e tipicamente encontrados em simbiose com as raízes das plantas. Atuam na absorção de nutrientes do solo, fornecendo-os à planta, e recebem produtos da fotossíntese em uma relação de benefício e interdependência entre a planta e o fungo.
- Basidiomicetos: esse grupo inclui os fungos que produzem cogumelos, que são estruturas reprodutivas. Eles são compostos por um pedestal, chamado basídio, que sustenta o basidiósporo, onde se desenvolvem os esporos. Os basidiomicetos habitam uma diversidade de ambientes e podem ser saprófitos, vivendo em substrato orgânico, ou podem ser parasitas.
- Ascomicetos: são fungos, geralmente filamentosos, conhecidos como “fungos de saco”. Esse nome se refere às suas estruturas de produção de esporos assexuais, que se localizam sob o solo e têm formado esférico. São decompositores, e é o grupo de fungos com maior diversidade de espécies, podendo ser encontrados em ambientes terrestre ou aquático.
Qual a importância dos fungos?
Os fungos são importantes decompositores, tendo papel essencial nas dinâmicas ecológicas dos ecossistemas. Atuam no fluxo de energia e de matéria e na ciclagem de nutrientes. Além de sua relevância ecológica, os fungos são de interesse humano na saúde, alimentação e indústria. Há diversas espécies comestíveis, como shitake, shimeji e cogumelo-paris. Alguns fungos podem causar doenças nos seres humanos, como micose, candidíase ou meningite fúngica.
São importantes também no desenvolvimento de medicamentos, como o antibiótico penicilina, descoberto em fungos do gênero Penicillium por Alexander Fleming em 1928. As leveduras são fungos importantes nos processos industriais de fermentação, como a fabricação de pães, cervejas e vinhos. Outras espécies são utilizadas para a fabricação de queijos, como o gorgonzola e o brie.
Saiba mais: Mucormicose ou “fungo preto” — infecção fúngica rara que pode levar à morte
Exercícios resolvidos sobre reino Fungi
1. (Uece-CEV) O reino Fungi compreende seres particulares, dentre os quais o mofo que ataca os alimentos, os cogumelos comestíveis utilizados em diversas receitas culinárias e o penicilium associado à produção de antibióticos. Com relação aos fungos, analise as proposições abaixo.
I. São organismos eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, exclusivamente heterotróficos.
II. Nos fungos pluricelulares, o glicogênio é o material de reserva, mas nos unicelulares o amido é que cumpre essa função energética.
III. Realizam sua nutrição através de digestão extracorpórea, liberando, no ambiente, enzimas digestivas que transformam macromoléculas em moléculas menores.
IV. Reproduzem-se, apenas, assexuadamente por meio de esporos, formados em estruturas denominadas esporângios, ascos e basídios.
Está correto o que se afirma somente em
a) I e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e III.
Resposta: D)
Os fungos são eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, exclusivamente heterotróficos, armazenam energia em forma de glicogênio e realizam reprodução sexuada e assexuada. A afirmação II cita o armazenamento de amido, incorreto em relação aos fungos. A afirmação IV se refere a uma reprodução exclusivamente assexuada, o que também é incorreto sobre os fungos.
2. (PUC/RJ) Um organismo filamentoso e multicelular foi isolado da matéria orgânica em decomposição. Esse organismo apresenta parede celular formada por quitina, e não possui cloroplastos. Como você classificaria tal organismo?
a) domínio Archaea, reino Plantae
b) domínio Archaea, reino Protista
c) domínio Bacteria, reino Protista
d) domínio Eukarya, reino Fungi
e) domínio Eukarya, reino Animália
Resposta: D)
Organismos filamentosos, multicelulares, encontrados em matéria orgânica em decomposição e com parede celular composta por quitina são características únicas dos fungos. Esses organismos pertencem ao reino Fungi e ao domínio Eukarya.
Fontes
BLACK, JG; BLACK, LJ. Microbiologia: fundamentos e perspectivas. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
TORTORA, GJ; FUNKE, BR; CASE, LC. Microbiologia. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
